A Incrível jornada de Helena

Publicado por: marcelaaraujoalencar em 21/11/2023
Categoria: Hetero
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A Incrível jornada de Helena


Helena, uma linda mulher, ruiva com longos cabelos vermelhos, está na estrada indo para a Fazenda Olho de Boi, de propriedade dos seus sogros, Dalila e Miguel. Hoje eles estão completando bodas de prata e toda família resolveu comemorar lá. Helena tem 21 anos, casada há 2 com Lucio, o filho mais novo do casal. Toda família já está reunida na casa grande da fazenda, só falta Helena chegar para a festança começar. O motivo dela ser a retardatária é relevante, a última prova de biologia na faculdade e ela necessitava desta nota para passar para o próximo período. Está alegre, pois se saiu muito bem, e não tem dúvidas que sua nota será mais do que o necessário para ser aprovada. Tem de dar a notícia para Lucio, diminui a velocidade e pega o celular na sua bolsa e liga para o marido.

“Querido, ótimas notícias.... tirei de letra a prova e garanti passagem para o período seguinte”

“Que ótimo, amor! Estamos todos aqui só esperando você chegar”

“Passei a Ponte dos Suspiros... em menos de 30 minutos estarei aí...”

“Ótimo, todos estão aqui, o salão está atulhado da família toda, amor...”.

Lucio, a pedido de sua mãe, está falando com a esposa, com o viva-voz ligado e todos prestam atenção nas boas notícias que a mais nova integrante da família está transmitindo.

“Avise aí que estou louca de fome e que aquele bolo que dona Dalila faz, vou comer todo ele sozinha, até a última migalha, amor, estou levando aquela estátua de bronze que ela tanto apreciou.... será o meu presente surpresa para ela”

Lucio, sorri sem graça, pois todos estão ouvindo e a surpresa de Helena para a sua mãe, deixou de ser surpresa

“Querido, não beba muito vinho hoje, pois eu estou com muita vontade, e outro presente para dona Dalila, é que eu e você vamos fabricar um netinho ou netinha para ela, hoje à noite”

Lucio, desliga o viva-voz, constrangido, antes que Helena entre em mais detalhes de suas intimidades. Mas já é tarde, pois todos ouviram o que ela falou. E o irmão mais velho dele, Carlos, comenta em tom de deboche: Lucio, para você, hoje, só refrigerante, senão minha cunhada não vai ter como nos dar um sobrinho!

A risada na sala é geral, com a brincadeira de Carlos e até Lucio se diverte com isso e comenta:

- Mamãe, aparente que está surpresa ao receber a estátua de bronze, é de um cavalo.

- Pode deixar, filho... estou radiante com a lembrança de minha nora, ela é um amor de garota e todos nós a adoramos.

**
Lucio e Carlos estão no varandão da casa, olhando para o amplo terreno à frente, esperando a qualquer momento o carro de Helena surgir, pois sabem que depois da passagem da ponte, serão no máximo 30 a 40 minutos, e pelo que sabem já transcorreram quase 50 desde que ela avisou ao marido.

- Mano, vou ligar para ela, estou preocupado, são quase uma hora e não vejo o carro de Helena.

- Ligue, sim, Lucio. Será que encontrou trânsito pesado?

Depois de inúmeras tentativas de comunicação, só o aviso: Fora de área ou desligado.

A preocupação é geral, pois já se passaram mais de uma hora e nada do carro de Helena.

Lúcio, Carlos e o pai deles, Miguel, decidem irem no carro de Lucio, ao encontro dela, ver o motivo do seu atraso. É com o coração querendo explodir que ao longe, já na estrada, veem um rolo de fumo subir por trás dos morros vizinhos. Aceleram ainda mais e se deparam quilômetros depois, com uma fila de veículos, demonstrando que um acidente fechou a estrada. Seu Miguel, que está ao volante, fala aos filhos: Aí está o motivo, o carro de Helena deve estar retido lá adiante,

- Pai, eu não vou esperar... vou descer e ver de perto o motivo dessa fumaceira toda, me parece ser um incêndio ou coisa parecida.

Lucio e Carlos, descem do carro e pelo acostamento vão correndo, pois já estão perto do tal acidente. De fato, dois ou três carros de bombeiros, estão tentando apagar o fogo do que restou de um caminhão tanque.

- Minha nossa!.... Ele está todo destruído.!

Lucio, se adianta e pergunta a um policial que colabora no local do acidente e o oficial responde que foi um choque de um carro com o caminhão tanque,

- Do carro, olhe, lá senhor, não sobrou nada, a explosão o partiu em pedaços e nem sabemos quem eram seus ocupantes.

Carlos e Lucio, avançam pelo acostamento, olhando com atenção para os carros retidos, entretanto depois de quase dois quilômetros, chegam na saída da Ponte dos Suspiros e nem sinal do carro de Helena. Lucio tem um estranho pressentimento e volta em disparada para o local do acidente, com seu irmão vindo logo atrás dele e é perto dali que no gramado do acostamento, ainda fumegante, avistam o que restou da estátua de bronze de um cavalo, só a cabeça.

Lucio, dá um “berro” e cai ajoelhado junto da cabeça e começa a chorar em desespero, agora, sabe que o carro despedaçado é o de sua Helena.

Horas depois, a confirmação da tragedia se abate sobre os três. Os bombeiros lhes mostram um pedaço retorcido da placa do carro, com os números 37.... é a dezena final da placa do carro dela.

**
Alguns dias depois, na sede da fazenda é só tristeza sem fim. Numa pequena urna, lhes é entregue as cinzas de Helena. É triste falar, mais a esposa tão querida de Lucio, teve morte instantânea quando colidiu com o caminhão tanque e dela só restou ossos carbonizados.

*****
No volante do carro, ela ainda pode ver o caminhão vindo em sua direção. Tentou desviar da colisão, mas não conseguiu e ela sentiu sua morte chegar tão cedo e depois... depois... nada mais.

*****

Seis meses depois da morte tão trágica de sua esposa tão amada, Lucio e sua mãe, dona Dalila, decidiram encomendar uma missa no dia em que Helena completaria 22 anos. Na capela da fazenda, estão reunidos, seus irmãos, cunhadas e cunhados, tios e sobrinhos; são mais de trinta pessoas, todas comungando da mesma dor. O velho padre Damião está no pequeno altar da capela, rezando o Pai Nosso, quando estanca e olha a estranha figura que vem caminhando em passos tropeços no corredor entre os bancos. É uma mulher, vestida com trapos, descalça e com longos cabelos vermelhos. O olhar do bondoso homem, chama atenção dos presentes que se viram e um só grito, surgem de muitas bocas:

Helena, Helena.... É ela...é Helena!!!!

Lucio de imediato reconhece sua amada esposa, não sabe qual razão, mais tem certeza de que é ela em carne e osso e não o seu fantasma.

A maltrapilha mulher, olha para o homem que dela se aproxima, com lágrimas nos olhos e atrás dele uma senhora de cabelos brancos. A estranha figura, levada por um misterioso sentido de bem-querer, também sorri para o “estranho” e caí desfalecida nos braços dele, pois sabe que naquele momento, chegou finalmente em casa.

*****

Helena, sorridente desliga o celular depois de falar com Lucio e está saindo do acostamento, quando uma mulher, ainda jovem, quase que é atropelada. Ainda bem que ainda estava em baixa velocidade e pode brecar antes de a atingir. A mulher, uma morena bonita acenou pedindo ajuda. Helena, no momento não pensou em nada a não ser, perguntar a estranha o que aconteceu com ela.

- Senhora, o homem que me deu carona queria abusar de mim e eu o mandei passear e sai do carro e fiquei a pé. Por favor, me leve até o próximo posto, lá eu saberei o que fazer.

- Que coisa, homem quando vê um rabo de saia sozinho, querem logo abusar... entre que eu a levo, moça.

A morena tão logo se sentou no banco do carona, retirou de sua bolsinha, uma navalha e encostou a lâmina afiada no pescoço de Helena e bradou:

- Desça, ruiva burra... seu carro agora é meu!

Helena, lembrou da recomendação de seu marido: “Em casos assim.... não tente reagir, fique calma”. Foi o que ela fez, abriu a porta do seu lado e saiu do carro. A vida é mais importante que bens materiais. Viu a morena pisar no acelerador e sair do acostamento rangendo pneus. Ela viu o caminhão tanque e ainda tentou acenar para alertar a assaltante, mas já era tarde. Ela sentiu, mas do que viu, a explosão da colisão e o deslocamento de ar a faz voar longe e cair rolando pela encosta à direita da rodovia. Só parou quando se chocou com uma pedra ou tronco e sentiu dor por todo corpo e com um ferimento na cabeça apagou.

Caída, no meio da grama, plantada ali, para evitar o deslizamento de terra, a desfalecida Helena não foi avistada por ninguém, pois o olhar de todos está voltado para os destroços do caminhão e do carro ardendo em mil fragmentos. Uma certeza todos tinham, a morte está presente ali, nos ocupantes do caminhão e do carro.

Já é madrugada, quando abre os olhos e fica olhando o lindo céu estrelado e a lua cheia   espanta a escuridão da noite.

- Aaaiiii o que é isso? O que aconteceu comigo? Deus. estou coberta de formigas.... que coisa!

Helena, senta e esfrega as mãos pelo corpo, para se livrar das formigas, atraídas pelo sangue que brota do ferimento em sua testa e dos arranhões pelo corpo. Tudo lhe doí, e não tem a mínima ideia do que aconteceu. É com extrema dificuldade que procura sair dali e só consegue, rastejando pela encosta, que não é tão incline assim. Está no acostamento de uma estrada asfaltada. Tem de pedir ajuda a alguém, pois sabe que machucada como está não poderá ir muito longe. Graças que ao longe vê os faróis de um veículo. Capengando se coloca no meio da estrada e acena para que parem e venham em sua ajuda.

O carro rangendo pneus, parar a menos de dois metros dela e, dele descem dois homens furiosos que se aproximam para a xingar, mas param quando veem o estado lastimável dela. Eles que a amparam antes que cai desmaiada. Do carro descem três mulheres, uma senhora loira, de meia-idade, um pouco acima do peso e duas moças, bonitas e vestidas não muito decente.

- O que aconteceu Diogo? Quem é esta aí?

- Não sei, dona Celeste, a gente quase a atropelou. Veja ela está toda fudida!

- Acho que foi atropelada ou coisa parecida... é melhor a gente a deixar no posto policial lá em frente.

-Cale esta boca de merda, Chico... Eles vão querer nos deter e fazer um montão de perguntas e vão descobrir quem eu sou. Vão querer revistar o nosso carro e adivinhe o que vão encontrar?   

- É mesmo, patroa, a droga não pode ser vista.

- É isso meninas. Vamos fazer o seguinte coloquem essa aí dentro do porta-malas e vamos nos mandar, pois já estou vendo outros veículos vindo lá detrás.

*****

Helena escuta o que eles estão falando, mas está tão exausta e dolorida, quase que apagando que não entende nada, mas percebe quando é colocada dentro de um porta-malas e sem forças, perde os sentidos.

**

Aos poucos abre os olhos e vê e escuta, três mulheres todas jovens e bonitas, quase que debruçadas sobre elas comentando:

- É natural sim, pois até os pentelhos dela são da mesma cor!

- Nunca vi cabelos tão vermelhos assim, até parece ser de outro mundo!

- É muito linda e novinha.... o que será que aconteceu com ela?

- Veja ela está acordando!

- Quem é você? Qual o teu nome? O que lhe aconteceu, garota?
Aquelas muitas perguntas estavam a deixando atordoada a e o mais grave, não tinha respostas, pois não se lembrava de nada, sua mente estava vazia,

- Eu... eu... eu não sei o meu nome... não me lembro!

*****
Helena, devido ao “voo” que sofreu pelo deslocamento do ar ocasionado pela violenta explosão do caminhão tanque, foi jogada em uma encosta gramada e rolou até se chocar com a cabeça contra uma pedra, sofreu muitas escoriações, mas o ferimento na cabeça foi o mais grave. Talvez por esta razão, perdeu a memória, sofreno de amnésia.

Ela foi recolhida e tratada por gente que, por motivos pessoais, não a conduziram a um hospital, como deviam. Em vez disso, elas mesmas, cuidaram dos ferimentos da jovem, ignorando que o principal trauma estava escondido na compressão craniana, que graças aos céus não foi grave o bastante para a levar a óbito, mas que mexeu nas áreas de seu cérebro e com isso sobreveio perda total de memória.

*****
A Ruiva, como passou a ser chamada, está há dois meses na casa de Madame Celeste. Na verdade, um lupanar, um bordel, onde garotas fazem programas, quase toda não sendo residente da casa, mas lá comparecendo para venderes seus corpos, somente três delas moram lá, e são elas que a pedido de Celeste cuidam da Ruiva e com a convivência se tornaram suas amigas.

As garotas com a maior naturalidade contam para a Ruiva o que fazem lá, fodendo, seis dias por semanas com clientes que lhes pagam para isso.

- Ruiva você é muito bonita e tem um corpinho perfeito, podias ganhar muito dinheiro, se fores par o salão, vai chover clientes para você garota.   

- Não sei, não. Acho que não tenho jeito para isso, amigas.

- Mas terás de descer para o salão com a gente, foi o que falou a madame. Ela disse que você está devendo uma nota preta para ela,

- Mas eu não pedi dinheiro, como posso estar devendo?

- Bobinha, você está há dois meses aqui, tendo hospedagem comida e bebida e até remédios que ela comprou para você. Ela nos disse que tua dívida está perto de dez mil e que tens de pagar atendendo os clientes da casa.

- Mas eu nem sei como fazer isso!

- Mulher foder com macho é a coisa mais natural do mundo para uma fêmea e pelo que sabemos tu já dormiu com homem. esta tua coisinha aí embaixo já tem experiência, mesmo que tu não se lembre. nós a olhamos e vimos que já foi furada, mulher.

- Amanhã é sexta, dia de muito movimento e tu vai descer com a gente,

- Sei que não há outro modo de pagar a madame, então eu faço isso.

*****
As garotas tinham razão, a Ruiva, apresentada como a nova aquisição da casa por Celeste, foi um sucesso, uma grande quantidade de homens queria subir para o quarto com ela. Eram tantos que Celeste teve de organizar uma fila, para evitar brigas. Resultado que nessa primeira noite, a Ruiva bateu o recorde de clientes atendidos numa só noite da casa, onze deles provaram as delícias dela.

Mas está primeira experiencia como garota de programa, foi demasiadamente traumática para a Ruiva (Helena), que na sua vida anterior, só tinha conhecido um Homem, Lucio, seu marido, a primeira vez com ele foi antes de se casaram; e mesmo assim, foi tudo com muito amor e delicadeza. Agora em menos de sete horas, ela conheceu onze homens diferentes e se desesperou e pedindo aos céus que a levasse.

**
- Ruiva, este senhor foi o que se dispôs a pagar a maior quantia para ter o direito de ser o teu primeiro cliente da noite. Então o leve para o quarto 4 e por favor, seja boazinha com ele, querida.

Helena olhou para o homem ao seu lado e engoliu em seco, pois é um homenzarrão enorme, com uma barriga de nove meses e sua vontade foi sair correndo, mas o olhar da madame Celeste, parecendo saber suas intenções, a fuzilou e a paralisou e de cabeça baixa, foi com o gorducho escada acima.

**
- Ruiva, tire a roupa e se deite com o rabo para cima, pois primeiro vou te comer pelo cu.

Aquelas palavras chulas, que ela nunca escutara antes, teve o poder de a despertar de sua apatia e, a bela e pequena Ruiva, se encolheu tremendo de medo em um canto do pequeno quartinho, o que fez o homem gargalhar divertido e com um pescoção a jogar sobre a cama e em segundos a despir e a colocar de quatro e ordenar.

- Mulher, fique assim, nesta posição, senão vou te moer de pancada!

Helena, acovardada, obedeceu e nem quando ele separou suas coxas e deu cusparadas no acesso anal, ela se mexeu. Mas berrou de dor quando enterrou o pau no seu canal anal. Então para surpresa dele, desabou sobre o leito, sem sentidos. Nem um minuto depois abriu os olhos e sentiu o peso dele a esmagando contra o duro colchão, gruindo como um porco, entrando e saindo de seu reto enquanto com as mãos envolvia os seios com enorme força, como se estivesse sovando massa de pão.

Helena, a Ruiva, só gemia, mas somente de dor e ficou passiva durante os 45 minutos dele, que soube usar com eficiência, a penetrando pela vagina e pela boca, onde a obrigou a chupar até que esporrasse.

Estava se lavando, fazendo uso de um balde, quando o segundo “cliente”’ chegou, este um mulatinho de no máximo 20 anos, pequeno e magro e que agiu com mais civilidade, mas assim mesmo a fodeu pelos três acessos. Daí em diante, mais nove deles vieram até ela com pequenos intervalos. Homens de todo o tipo, branco, mulatos negros, gordos e magros e, ela sentiu cada um deles a usando como se fosse apenas uma peça de carne que estava ali para os saciar.

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- Puta que pariu! Beleza pura, Ruiva.... Você faturou nesta sexta, mais que todas as garotas juntas. Você é minha galinha de ovos de ouro. Hoje é sábado, teremos muito movimento e pedi pra Ritinha e Lulu virem tratar de tu, tirar esta cara de morta viva. Te quero prontinha para faturar o mesmo de ontem, queridinha.

Helena deu de lado, pois para ela, nada mais importava. Logo depois duas garotas entram no quarto “de descanso” onde estava e foram logo falando:

- Se anime ruiva, vamos tratar de você, de modo te deixar beleza pura para a noite de hoje. A madame disse que hoje vai reservar só clientes especiais para tu.

A Ruiva, nada falou, quando a levaram para o box e a água fria a reanimou um pouco e gostou quando seu corpo, sobre a cama foi massageado pelas mãos macias das garotas, usando uma espécie de creme, que teve o poder de aliviar sua carne tão maltratada durante aquela maldita noite de horrores. Vestida e penteada, foi levada para baixo, para a copa onde numa mesa retangular, Celeste e outras garotas bebiam o café da manhã, apesar de já ser onze horas. Elas a saudaram como se fosse uma personalidade, talvez pelo seu sucesso com a clientela.

- Lulu, leve a Ruiva para dar umas voltas no pátio, de modo apanhe um pouco de Sol.

*****

Já passava das 15:00 quando Lulu, chegou correndo na sala onde Celeste estava e esbaforida, falou quase que gritando:

- Madame, a Ruiva sumiu! Não sei onde ela se meteu!

- Calma, garota! Ela deve ter ido para o quarto. A procure lá.

*****

Mas não foi isso que aconteceu. Nesse momento, a Ruiva estava há muitos quarteirões dali, do bordel da Celeste, caminhando rápida por uma estradinha de terra, vestida com uma roupinha leve, um vestido de chita e um chinelo.

Dias depois, faminta, suja e descalça, perambulava em uma cidade de porte médio, procurando se esconder em ruelas, pois percebeu que os passantes quando a viam, procuravam se afastar dela. Se abrigando do frio num beco, viu uma senhora de avental abrir a porta do que devia ser os fundos de um restaurante e despejar em um latão de lixo, restos de comida. Esperou ela entrar e foi sorrateiramente até o latão e com gula recolher os restos e os devorar como se fosse um cão faminto.

Helena não tinha nenhuma noção de quem era, se gente ou bicho, acostumada que ficou, nas semanas seguintes a disputar com cachorros, ratos e gatos, os restos de comida que encentrava nos becos da cidade.

Mas no meio de toda sua desgraça, uma enorme vontade de sobrevivência a fez sair da cidade e pegar estrada, indo para onde... ela não tinha noção, era como um filhote de tartaruga, por instinto buscasse abrigo no mar, de onde sua mãe viera. Foi assim que por semanas, caminhou por quilometro, não a esmo, mas com vontade férrea de chegar…de chegar.... onde ela não sabia. Mas chegou, não numa área urbana, mas sim num lugar onde se sentiu que devia estar.

Divisou, não longe uma pequena capela, sentiu uma necessidade enorme de ir até lá e com o que lhe restava de forças e, com passos inseguros adentrou no recinto.

**
O velho padre Damião está no pequeno altar da capela, rezando o Pai Nosso, quando estanca e olha a estranha figura que vem caminhando em passos tropeços no corredor entre os bancos. É uma mulher, vestida com trapos, descalça e com longos cabelos vermelhos. O olhar do bondoso homem, chama atenção dos presentes que se viram e um só grito, surgem de muitas bocas:

Helena, Helena.... É ela...é Helena!!!!

Lucio de imediato reconhece sua amada esposa, não sabe qual razão, mais tem certeza de que é ela em carne e osso e não o seu fantasma.

A maltrapilha mulher, olha para o homem que dela se aproxima, com lágrimas nos olhos e atrás dele uma senhora de cabelos brancos. A estranha figura, levada por um misterioso sentido de bem-querer, também sorri para o “estranho” e caí desfalecida nos braços dele, pois sabe que naquele momento, chegou finalmente em casa.

FIM


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